[Diário da Região] Plataforma de startup rio-pretense permite que pacientes sejam monitorados a distância

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Publicado em 02/08/2023 em 11:08

Rio Preto recebe pacientes do Brasil inteiro, e até de outros países, para tratamento. Um dos maiores desafios é acompanhar essas pessoas quando elas retornam para suas casas, de modo a garantir que não haja nenhuma complicação ou que, se houver, ela seja tratada imediatamente.

Foi pensando nisso que uma startup incubada no (ParTec) resolveu criar a Chamou Doutor, uma plataforma para comunicação a distância entre pacientes e suas famílias e a equipe multidisciplinar.
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A tecnologia já está sendo utilizada pelo Centro do Coração da Criança (CardioPedBrasil), do Hospital da Criança e Maternidade (HCM) e tem colaborado com o monitoramento de pacientes. Pelo menos 50 deles já foram atendidos desta forma, que, por exemplo, salvou uma menina da Paraíba – foi por meio da plataforma que a equipe percebeu que ela estava apresentando complicações e pode passar as orientações para que o problema fosse resolvido.

“As maiores vantagens desse monitoramento remoto são que os responsáveis sentem mais segurança em saber que estamos acompanhando o paciente mesmo após a alta; o monitoramento permite que seja identificada uma complicação antes que ela implique em uma nova internação e temos maior interação com os responsáveis, melhorando a experiência do paciente com o serviço”, explica Bruna Cury Borim, coordenadora de enfermagem da CardioPedBrasil e responsável pelo projeto de monitoramento remoto.

Como funciona

Por meio do WhatsApp, os responsáveis pela criança respondem a um questionário com uma série de perguntas. “Os dados coletados são analisados por inteligência artificial e, caso haja necessidade, a equipe da CardioPedBrasil é automaticamente avisada para entrar em ação”, descreve Bruna. Além disso, a família recebe ainda informativos reforçando sobre os cuidados no pós-operatório.

O profissional da equipe então liga para o pai ou a mãe da criança para entender melhor o que está acontecendo e, se necessário, orientar a procurar atendimento médico. “As famílias sentem muito mais segurança e amparo e a equipe também se conforta em acompanhar mais de perto os pacientes”, afirma a profissional.

Lucas Ferreira Queiroz, um dos fundadores da Chamou Doutor, relata que percebeu a necessidade de uma plataforma como essa em conversa com a equipe da CardioPedBrasil. “Eles tinham uma grande dificuldade em acompanhar esses pacientes, que costumam vir do Brasil inteiro, após a alta hospitalar. Eles só ficavam sabendo como estavam no momento do retorno, 30 dias ou mais, muitas vezes tinham complicações no meio do caminho”, diz.

Além da CardioPedBrasil, a startup está em fase de implantação da plataforma em uma rede de hospitais no Vale do Paraíba e em tratativas com planos de saúde.

Alívio na preocupação
Uma das famílias atendidas pelo Chamou Doutor é a de Máximus Oliveira Feitosa, de 4 anos, que mora em Pindoretama, no Ceará. A cardiopatia do pequeno foi identificada ainda no nascimento, quando a família vivia em Porto Velho, em Rondônia. Com dez dias de vida, ele foi encaminhado para Rio Preto, mas a equipe do cirurgião cardíaco pediátrico Ulisses Croti, responsável pelo HCM, resolveu esperar para fazer a cirurgia, pois o paciente ainda era muito pequenino.

Ainda bebê, em 2019, ele passou por uma cirurgia no HCM e precisou ficar com a mãe, Janaína Oliveira Castro, autônoma de 31 anos, em uma casa de apoio. Em novembro de 2022, precisou vir ao HCM para mais um procedimento e em janeiro deste ano, já morando no Ceará, a família retornou a Rio Preto para dar continuidade ao tratamento. O pai do pequeno, o assistente comercial Rodrigo Santos Feitosa, de 32 anos, não pode vir.

No fim de janeiro, foi realizada a cirurgia, porém Máximus apresentou complicações. “Ficamos mais ou menos 25 dias no hospital contando com UTI e enfermaria. Ao chegar em casa no início de março tive a surpresa da existência da plataforma. Como fiz todo o tratamento dele fora do domicílio, meu esposo estava muito contente que nosso pequeno havia conseguido se recuperar, mas nervoso sobre como seria o pós-operatório em casa”, diz Janaína.

“A plataforma nos trouxe uma segurança enorme, pois com ela podíamos tirar dúvidas, recebíamos vídeos dos cuidados diários com a criança e com a ferida operatória e quando tinha dúvidas era de imediato o retorno. A chefe de enfermagem ligava e dava todas as orientações”, conta Janaína. “Meu esposo conseguiu se sentir seguro nos cuidados com nosso filho.” A mãe completa que sem a plataforma tudo seria mais desafiador. (MG)

Fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/cidades/saude/plataforma-desenvolvida-por-startup-rio-pretense-permite-que-pacientes-sejam-monitorados-a-distancia-1.1256519